Sexta-feira, 15 de Fevereiro de 2008

"Gazeta das Caldas"

GAZETA DAS CALDAS

 

 

 

 

 

 

“Acessibilidades continuam esquecidas nos novos edifícios”

 

“Cidade 100 Barreiras” assim se designa o projecto de quatro jovens do 12º ano que juntou José Ilídio e Carlos Gomes (ambos invisuais, Carlos Mendonça, que usa cadeira de rodas, e o vereador do Urbanismo, João Aboim.

Há uma preocupação maior com as acessibilidades, mas em relação aos novos edifícios, os construtores e quem passa as licenças, continuam a esquecê-las”. Quem o diz é José Ilídio, que se queixa sobretudo dos postes colocados no meio dos passeios e a falta de elevação das passadeiras.

“Por muito independentes que sejamos, temos que ser abertos a pedir e a aceitar ajudaCarlos Mendonça, 53 anos, usa cadeira de rodas na sequência de uma doença. É engenheiro electrotécnico e deu como um bom exemplo de acessibilidades o Cenfim, onde dá formação, e um mau exemplo a própria Escola Secundária Raul Proença. “Custa-me a crer que ainda não tenha sido feito um investimento em obras ao nível das casas de banho com apoios num dos edifícios desta escola”, disse. ”, disse Carlos Gomes que deixou de ver há 14 anos. Tem 36 anos e é telefonista na Câmara das Caldas. Diz que se move principalmente no espaço central da cidade e identifica como principais problemas a falta de elevação nas passadeiras, os postes no meio da rua e as caixas de electricidade que deveriam “ser colocadas no interior dos prédios”. Um dos locais mais perigosos é o cruzamento entre as duas avenidas – da 1º de Maio com a da Independência Nacional.

Outro mau exemplo é a Galeria Osíris que, com tanta escada, “não me permite ver uma exposição”.

Vergonhoso” foi como classificou o facto do hospital “não ter casa de banho para deficientes na sala de espera. A lei não é cumprida”, disse o convidado.

Carlos Mendonça - que num exercício de cidadania tem vindo nos últimos tempos a participar em iniciativas que visam alertar para a necessidade das cidades e dos edifícios serem projectados também em função das pessoas com mobilidade reduzida – mostrou-se esperançado que as obras em curso no Tribunal e no Museu de José Malhoa tenham em conta esta realidade.

Nas Caldas da Rainha apenas a caixa Multibanco do Centro de Juventude se encontra adaptada a quem usa cadeira de rodas.

Para o vereador João Aboim, as acessibilidades são necessárias a todos portadores de deficiências, mas também para os idosos ou pais com cadeirinhas de bebé. O autarca defendeu que o espaço público tem que voltar a ser do peão e não do automóvel, mas tal implica uma mudança de mentalidade que vai demorar alguns anos.

Para Aboim, nada melhor do que colocar finalistas de arquitectura e de engenharia civil durante um dia numa cadeira de rodas “para que estes experimentem as dificuldades e tenham as acessibilidades em conta nos seus trabalhos”. Abordou também o plano de mobilidade que está a ser estudado para as Caldas e que prevê que nalgumas áreas da cidade a obrigatoriedade dos automóveis circularem a 30 Km/hora.

Todos os convidados consideram que estes debates são fundamentais para chamar a atenção da população para esta problemática. Fátima Gregório, Inês Onofre, Sara Santos e Joana Vicente são as alunas do 12º ano que estão a trabalhar este tema.

 

Natacha Narciso

 

 


publicado por 100barreiras às 10:43
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